"A vida nos mostra que não se pode controlar a lealdade 
de ninguém, as pessoas são o que são, 
independente do que você seja pra elas’’
Publicado 14h12 de 27/12/2024
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MARCELO RUBENS PAIVA

A Força de Quem Transforma Tragédias em Resistência

 

 

Dois Livros, Dois Destinos

Entre livros, peças teatrais e roteiros de cinema, Marcelo Rubens Paiva, fez um link entre duas de suas obras: em Feliz Ano Velho, nos narra um acidente que mudou sua vida e o obrigou a reinventar sua trajetória. Uma pedra, um lago raso, um mergulho, uma quebra literal e figurativa. Não apenas a coluna, mas a visão de mundo, o ritmo da juventude, o curso dos dias. O que era leveza e promessa se tornou limite e recomeço. Entre as linhas, o humor ácido e a franqueza revelam a resiliência de alguém que, ao cair, aprende a se erguer de outras formas.

 

Décadas depois, Ainda Estou Aqui retoma a voz de Marcelo, mas desta vez a dor não é física. É a memória da ausência, da mãe que lutou contra a ditadura, perdeu o marido para a brutalidade do regime militar, mas manteve os filhos de pé - mesmo quando a vida insistia em puxar o tapete. Aqui, o tom é outro: ainda há leveza, mas misturada com a melancolia de revisitar as ruínas de uma família marcada pela história do Brasil. É um livro sobre resistência, sobre perdas que nos moldam e sobre o poder das mulheres que insistem em permanecer.

 

Ambos os livros dialogam entre si, como um espelho que reflete não apenas o indivíduo, mas também o contexto em que está inserido. Em Feliz Ano Velho, a tragédia é íntima e nos obriga a olhar para dentro; em Ainda Estou Aqui, ela se expande, abraça o coletivo, nos faz refletir sobre como o Brasil também quebrou — e insiste em se refazer.

 

Ler Marcelo é transitar entre o riso e o choro, entre o pessoal e o histórico. É perceber que a força humana está na capacidade de continuar. Mesmo após um mergulho mal calculado. Mesmo após uma ditadura que nos mutilou. Ele não apenas está aqui. Ele resiste. E, por isso, todos nós podemos seguir.

 

Obras

Livros
Feliz Ano Velho (1982)
Blecaute (1986)
Ua brari (1990)
Bala na Agulha (1992)
As Fêmeas (1994)
Não És Tu, Brasil (1996)
Malu de Bicicleta (2002)
O Homem que Conhecia as Mulheres (2006)
A Segunda Vez que Te Conheci (2008)
Marcelo Rubens Paiva - Crônicas para ler na escola (2011)
1 drible, 2 dribles, 3 dribles: manual do pequeno craque cidadão (2014)
Ainda Estou Aqui (2015)
Meninos em Fúria (2016)
O Orangotango Marxista (2018)
O Homem Ridículo (2019)
Do Começo ao Fim (2022)

 

Peças de Teatro
525 Linhas (1989)[21]
Da Boca pra Fora - E Aí, Comeu? (1998)
Mais-que-Imperfeito (2001)
Closet Show (2003)
As Mentiras que os Homens Contam (2003)
No Retrovisor (2003)
Amo-te (2006)
A Noite Mais Fria do Ano (2011)
O Predador Entra na Sala (2012)
C'est La Vie (2014)
Amores Urbanos (2016)

 

Roteiros de Cinema
Fiel (2012)
E Aí, Comeu? (2012); como colaborador.
Malu de Bicicleta (2013)
Depois de Tudo (2015)
Mais Forte que o Mundo (2016)
Ainda Estou Aqui (2024); como colaborador.

Nivaldo Gonçalves

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VaRIEdades

Dr. Google e o Fantasma das Doenças Imaginárias


Era uma terça-feira comum quando Clara, 22 anos, sentiu uma leve dor no peito. Nada alarmante, mas o suficiente para ativar o instinto moderno de sobrevivência: pesquisar os sintomas no Google. Com o celular em mãos e uma xícara de chá ao lado, ela digitou "dor no peito + causas". O resultado? 


Uma montanha de possibilidades que ia desde “ansiedade passageira” até “ataque cardíaco fulminante” e “tumor raro”. O chá esfriou, mas a mente de Clara fervilhava.
Nas horas seguintes, Clara se viu mergulhada em um labirinto digital. Cada clique era como abrir uma porta em uma casa assombrada, onde os fantasmas eram diagnósticos assustadores. Uma página dizia que era gastrite; outra, algo relacionado ao pulmão. E então, lá estava ele, o pior de todos: câncer. 
A palavra ecoou na mente de Clara como um trovão em noite de tempestade.


Clara decidiu fazer uma lista com os sintomas que encontrou e, como em um quebra-cabeça macabro, tentou se encaixar em cada doença. A dor aumentava -não no peito, mas na ansiedade. E é aqui que mora o perigo. A busca incessante por respostas rápidas transforma dúvidas em medos, e a tela do celular vira uma lupa que distorce qualquer sinal do corpo.


No dia seguinte, Clara, exausta de sua investigação, decidiu ir ao médico. A consulta foi breve: “Isso é só estresse. Tome um tempo para você.” A prescrição era simples, mas Clara percebeu que o preço da sua ansiedade digital era alto.


O Dr. Google, aquele "médico" disponível 24 horas, pode parecer prático, mas é um portal para um universo de incertezas. Afinal, não se combate a paranoia com algoritmos. Às vezes, a cura está em algo tão analógico quanto uma conversa com um profissional humano.


Clara aprendeu isso da maneira difícil. E agora, quando sente algo estranho, fecha o navegador, respira fundo e lembra que a internet pode explicar o mundo, mas jamais substituirá o toque humano da medicina.

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O calendário vira mais uma vez, e cá estamos: reflexivos, saudosos, mas, acima de tudo, sobreviventes. O passar dos anos tem essa magia inquietante de misturar alegria e dor em doses quase perfeitas. Há quem olhe para trás e veja conquistas; outros, apenas batalhas perdidas. Mas uma coisa é certa: o tempo não espera, e, ainda que a gente tropece, ele nos 
arrasta para a próxima página.

 

"Dois mil vinte e qutro passou, mas eu não vou chorar." Não é uma frase de negação, tampouco um grito de resistência à emoção. É um manifesto de coragem, de quem entende que a vida é feita de altos e baixos, e que lágrimas já têm seu espaço reservado. Porém, neste momento, escolhemos outra 
forma de olhar: com gratidão.

 

O que ficou para trás é aprendizado. As dores moldaram nossa força, os sorrisos aliviaram o peso do caminho. Talvez algumas metas não tenham sido alcançadas; tudo bem. Não estamos aqui para carregar a culpa do que não foi, mas para abraçar a possibilidade do que ainda pode ser.

 

Dois mil vinte e cinco se aproxima, trazendo consigo promessas e incertezas. E nós seguimos, não como espectadores, mas como protagonistas. Não vamos chorar, porque aprendemos que a vida é dura, mas nós somos mais. Não vamos lamentar, porque o tempo que temos é precioso demais para ser gasto com arrependimentos.

 

Então, celebremos!

Cada amanhecer é um presente, cada desafio, uma chance de crescer.

O passado nos fez quem somos; o futuro nos espera para sermos ainda melhores.

Dois mil vinte e quatro se passou, e seguimos aqui, fortes, resilientes e prontos para o que vier.

 

Porque, afinal, chorar é humano, mas seguir em frente é divino.
QUE VENHA 2025!

Nivaldo Gonçalves

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ORAÇÃO MILAGROSA
Faça com muita fé,

várias vezes ao dia.

 

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois Vós entre as mulheres, bendito é o fruto em Vosso ventre, Jesus. 
Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós, os pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém.

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