‘‘Eu moro em mim mesmo.
Não faz mal que o quarto seja pequeno.
É bom, assim tenho menos lugares de perder as minhas coisas’’

Mário Quintana

 

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Publicado 03h49 de 05/1/2024
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Página 02 - Edição 763 - 05/10/2024
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Vender o voto em uma eleição é um ato que compromete a essência da democracia e o futuro da sociedade. O voto é uma ferramenta poderosa, pois permite ao cidadão exercer sua voz e escolher líderes que representarão seus interesses. Quando um voto é vendido, essa escolha é corrompida, e a pessoa perde o direito de exigir um governo justo, eficiente e transparente. 
Políticos que compram votos tendem a ser os mesmos que governam apenas em benefício próprio, sem se preocupar com as necessidades da população.
Além disso, vender o voto é crime, e tanto quem vende quanto quem compra está sujeito a punições severas pela Justiça Eleitoral. 
Uma eleição comprada traz uma série de prejuízos graves para a população e para a democracia.

Abaixo estão alguns dos principais danos causados:
Corrupção institucionalizada:

Políticos eleitos por meio de compra de votos tendem a governar em benefício próprio e de seus aliados, desviando recursos públicos e perpetuando práticas corruptas.


Desvio de recursos públicos:

Governantes corruptos priorizam interesses pessoais ou de grupos específicos, desviando verbas que deveriam ser aplicadas em serviços essenciais, como saúde, educação, segurança e infraestrutura.
 

Falta de representatividade:

Eleições compradas resultam em líderes que não representam os interesses da maioria da população, mas apenas os de uma minoria que financiou ou comprou votos.


Redução da qualidade de vida:

Com menos investimentos em áreas prioritárias, a qualidade de vida da população diminui, afetando principalmente os mais pobres, que dependem de serviços públicos de qualidade.
 

Descredibilização da democracia:

Quando o eleitorado percebe que o processo eleitoral é manipulado, perde a confiança na democracia e nos seus representantes, gerando desilusão política e afastamento da participação cidadã.
 

Reforço das desigualdades sociais:

Eleições compradas beneficiam elites econômicas e políticas que perpetuam desigualdades, prejudicando ainda mais as camadas vulneráveis da sociedade.
 

Atraso no desenvolvimento social e econômico:

Políticos corruptos atrasam o progresso, pois buscam apenas o enriquecimento próprio, sem interesse em promover o desenvolvimento sustentável e o bem-estar da população.
 

Estagnação de políticas públicas:

A corrupção leva à paralisação ou execução ineficaz de políticas públicas essenciais, prejudicando o crescimento do país e o atendimento das necessidades básicas da população.

 

Esses prejuízos enfraquecem o tecido social e agravam os desafios enfrentados pelo país, impedindo o avanço em direção a uma sociedade mais justa e próspera.

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Edição 763 - 05/10/2024 - Página 03
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Página 04 - Edição 763 - 05/10/2024
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LINO BRITTO NA ÁREA

OLÁ AMIGOS!
"Reparem o som, alguém entrou no mar. O mar é o mesmo som, de uma risada.

 

Eleições 2024, só me trouxe uma certeza:
 ‘‘Tudo vai mal, tudo. Tudo é igual, quando canto e sou mudo...’’

Votar em eleição municipal é tipo escolher o ´sindico de prédio: você só descobre o problema quando o elevador para de funcionar.
 
Meu filho vai se chamar  ARIEL. Quando crescer ele decide se é: homem, mulher, sereia ou sabão em pó

 

Um cara de carro me parou na rua e perguntou: Amigo, como faço pra chegar na Faculdade? Eu respondi: Primeiro precisa passar no vestibular. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

 

Um amigo após 10 anos de casado se separou amigavelmente. Cada um ficou com um lado da casa. Ela o lado de dentro e ele o de fora. kkkkkkkk

 

Um outro amigo que vai se enforcar em novembro, me perguntou em qual regime de casamento me casei. Respondi: No semi aberto. Saio todos os dias de manhã para trabalhar, mas a noite volto pra prisão.
 

 

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Edição 763 - 05/10/2024 - Página 05
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O Brasil emplacou duas atrações no ranking das 25 melhores do mundo no “Travelers’ Choice 2024 – Best of the Best“, tradicional prêmio da plataforma de viagens TripAdvisor.

As Cataratas do Iguaçu, em Foz de Iguaçu (PR), e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, ficaram na 21ª e 25ª colocação, respectivamente.

A premiação do TripAdvisor levou em conta a qualidade e a quantidade de avaliações dos usuários no período de abril de 2023 e março de 2024. Apenas 1% dos perfis da plataforma recebem o reconhecimento.

 

 As 25 melhores atrações do mundo
1. Empire State Building (Nova York, EUA)
2. Torre Eiffel (Paris, França)
3. Casa de Anne Frank (Amsterdã, Holanda)
4. Basílica da Sagrada Família (Barcelona, Espanha)
5. Crystal Caves (Ilhas Cayman)
6. Coliseu (Roma, Itália)
7. Museu do Louvre (Paris, França)
8. Gardens by the Bay (Singapura)
9. Catedral de Milão (Milão, Itália)
10. Mesquita do Sheikh Zayed (Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos)
11. Vasa Museum (Estocolmo, Suécia)
12. Angkor Wat (Siem Reap, Camboja)
13. Acrópole (Atenas, Grécia)
14. Musée d’Orsay (Paris, França)
15. Pompeii Archaeological Park (Pompeia, Itália)
16. Jardin Majorelle (Marraquexe, Marrocos)
17. Iolani Palace (Honolulu, Havaí, EUA)
18. Central Park (Nova York, EUA)
19. Grande Muralha da China (Pequim, China)
20. Chichén Itzá (Tinum, México)
21. Cataratas do Iguaçu (Foz do Iguaçu, Brasil)
22. Taj Mahal (Agra, Índia)
23. Petra (Wadi Musa, Jordânia)
24. Santuário de Fushimi Inari (Kyoto, Japão)
25. Cristo Redentor (Rio de Janeiro, Brasil)

E aí, quais dessas você já conhece?

 

Via: @catracalivre

 

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Dois amigos se encontram depois de muitos anos. 
- Casei, separei e já fizemos a partilha dos bens.
- E as crianças?
- O juiz decidiu que ficariam com aquele que mais bens recebeu.
- Então ficaram com a mãe?
- Não, ficaram com nosso advogado.

 

 

 

No primeiro eclipse onde a lua se encontrou com o sol, ela ficou espantada com o tamanho do astro solar e timidamente lhe disse:
‘‘Nossa, você é tão grande e ainda não te deixam sair à noite!’’

 

 

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Página 06 - Edição 763 - 05/10/2024

Manuel está tomando banho, e grita para Maria:
- Ô Maria, me traz um xampu.- E Maria lhe entrega o xampu. Logo em seguida, ele grita novamente:
- Ô Maria, me traz outro xampu.
- Mas eu já te dei um agorinha mesmo, homem!
- É que aqui está dizendo que é para cabelos secos, e eu já molhei os meus.

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AUMENTO MAIS NÃO INVENTO 
Estava indo pela rua, mãos no bolso e cabeça baixa para amenizar o vento frio no rosto, quando um motoboy que calculou passar pelo semáforo antes de fechar, acelerou pra ultrapassagem pela direita passando por uma poça e me molhando todo com a água suja. Me voltei indignado para amaldiçoar até sua trigésima geração, quando vi um caminhão da Coca-Cola desgovernado atravessando a rua. Fechei os olhos e pensei: A justiça divina as vezes é instantânea" Escutei o barulho insurdecedor, plafttttttt. Abri os olhos e o caminhão estava dentro de um muro todo arrebentado. Corri para ver a "tragédia" de perto e o motorista saia com dificuldade da cabine amassada. Perguntei:
- E o motoboy?
- O bicho foi liso que nem sabonete de motel. Curvou com a moto quase 90 graus, passou por baixo do caminhão e atravessou aquele sinal antes de fechar. Devia tá com muita pressa o desgraçado!
- Verdade! Acho que era pra não esfriar a pizza!

 

 FOCA
A repórter novata está num posto de gasolina fazendo uma reportagem sobre a vida dos caminhoneiros.
- Boa tarde senhor. Há quanto tempo é motorista de caminhão?
- Mais de 20 anos!
- Quantos dias sem ver a família?
- Dessa vez já são 57 dias. Estou indo pra casa agora.
- O que mais sente falta na estrada?
- Esposa, crianças, principalmente a cabeludinha do meio!
A repórter agradece. Dias depois ainda na reportagem coincidentemente ela reencontra o caminhoneiro:
- Olá, já de volta para estrada. 
- O dever nos chama!!!
- Matou a saudade?
- É maravilhoso rever as pessoas que amamos.
- E a cebeludinha do meio?
- Tá mais cabeludinha não...a patroa depilou!

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Edição 763 - 05/10/2024 - Página 07

AMOR NA TERCEIRA IDADE
 


A vida amorosa na terceira idade, meus amigos, é um daqueles segredos de Estado que ninguém quer contar, mas todo mundo suspeita. Não é que o desejo morra, mas ele dá uma desacelerada – é como se trocássemos a Ferrari da juventude por um fusquinha que engasga para subir ladeira. 
E tudo bem! A gente aprende a saborear as paisagens.


Os corpos já não têm a urgência de antes, mas existe um tipo de amor que se torna mais potente, mais real. Os hormônios ficam menos agitados e a alma finalmente consegue sentar no sofá, abrir uma garrafa de vinho e conversar. Porque, vamos combinar, os jovens podem ter a beleza, mas quem tem o papo? Ah, o papo na terceira idade vira o afrodisíaco mais potente que já se inventou. A sedução acontece com palavras e gestos, com uma simplicidade que só quem já passou por várias "guerras" sabe apreciar.

 

Sexo? Claro, ele existe! Só que com mais… planejamento. O romance depois dos 60 é como uma receita de bolo: é preciso paciência, jeito e uma boa dose de conhecimento. O corpo pode não responder na mesma velocidade, mas o prazer não é mais uma corrida de 100 metros – é uma maratona, e quem souber como correr sai vitorioso. Ah, e as preliminares ganham um novo significado: uma caminhada juntos, dividir um café, até aquela olhadinha cúmplice enquanto passam protetor solar um no outro na praia.

 

A velhice não é o fim do amor, é só uma mudança de estação. Na juventude, tudo é verão, tudo é fogo. Na terceira idade, entra o outono, com suas cores mais suaves e sua brisa calma. E sabe o que é engraçado? Quem chega nesse estágio da vida percebe que, no fundo, é esse tipo de amor – calmo, companheiro, cheio de risadas – que faz tudo valer a pena.

 

Nivaldo Gonçalves

 

 

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Era uma vez um sujeito chamado Almir, o típico campeão... da própria imaginação. 
Se havia uma pessoa que acreditava piamente no seu destino glorioso, esse era ele. 
Almir tinha convicção de que era predestinado a ganhar em tudo: campeonato de dominó, boliche, sorteio de festa junina e até a rifa do frango assado. Ele andava pela cidade com um sorriso zombador e ar triunfante, como se já tivesse um lugar reservado o pódio do vencedor só pra ele. 

 

No entanto, o que Almir não contava era que o mundo tinha outros planos. Ele tinha acabado de se inscrever em um concurso de "Maior Comedor de Coxinhas da Cidade". Para ele, a vitória já estava garantida. Afinal, ele era o campeão autoproclamado do bairro em comer pastel na feira, e isso bastava para sua autoestima galopante.

No dia do concurso, Almir chegou vestindo uma camiseta escrita: "O Vencedor Chegou", com um sorriso de orelha a orelha e o olhar fixo na taça de plástico dourado que brilhava ao fundo. "Fácil", pensou ele, já imaginando o discurso de aceitação.

A competição começou, e lá estava Almir, enfiando coxinhas goela abaixo com a destreza de um pato em dia de banquete. Seus seguidores aplaudiam. Tudo parecia caminhar para a glória, até que... algo aconteceu. Almir empacou. Justo ele, que sempre se vangloriava do "estômago sem fundo". Uma coxinha rebelde ficou atravessada e, antes que pudesse dizer “sou campeão”, o concorrente ao lado, um rapaz magrinho de cabelo enrolado que ninguém deu muita bola, já tinha limpado o prato e erguido os braços em vitória.

 

Almir, sem saber onde enfiar a cara, ainda tentou disfarçar com uma tosse engasgada. Mas o estrago estava feito. Lá estava ele, derrotado, enquanto o magrinho recebia a taça com um sorriso tímido."Ah, mas da próxima vez...", resmungou Almir, já ensaiando uma desculpa para contar na próxima roda de amigos.

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Página 08 - Edição 763 - 05/10/2024 

ELEIÇÃO POLARIZADA

A polarização nas eleições Municipais, tá igual uma decisão de campeonato  entre dois times rivais, só que com mais memes no WhatsApp, redes sociais e menos gols. De um lado, temos os candidatos "Salvadores da Pátria", que prometem transformar as cidades na nova Veneza brasileira,  o trânsito caótico em uma cena de comercial de carro, com avenidas desertas e árvores balançando ao vento. Do outro lado, os "Defensores do Povo", que diz que vai resolver todos os problemas das cidades em um mandato, como se tivessem superpoderes para tapar buracos de rua e acabar com enchentes com um estalar de dedos.

 

Os eleitores, por sua vez, tornam-se especialistas em política municipal da noite para o dia, com suas bandeiras, discursos inflamados nas redes sociais e teorias complexas sobre como o candidato adversário é, na verdade, um agente infiltrado de Marte, disfarçado de humano. E não importa o quão pequeno seja o município, parece que as eleições determinam o destino do planeta Terra. A cada promessa eleitoral, alguém nos grupos de WhatsApp "revela" um segredo bombástico sobre o concorrente, geralmente envolvendo uma foto mal enquadrada, um vídeo suspeito, ou  audios truncados 'criados pela inteligência artificial’

 

A polarização cria um fenômeno curioso: se você elogia a obra de asfalto recém-feita, é automaticamente rotulado como "cabo eleitoral". Se critica, você vira o "inimigo da cidade". No fim, cada eleitor parece estar defendendo o último pedaço de pizza na reunião de condomínio, enquanto os candidatos jogam promessas como confete no carnaval, só que sem samba no pé.

 

Até o dia 6 de outubro, as cidades vão viver igual aquela peça teatral do William Skakespeare: 'Muito Barulho Pra Nada’.  Após o decreto das urnas, alguns comemorarão como se tivessem vencido a Copa do Mundo, enquanto outros, ou se aposentam ou começam a planejar o 'Dia da Revanche' nas próximas eleições. 
E assim segue a vida, até que o eleito  descubra que governar é mais difícil do que encher as ruas 
de Wind Flag Banners.


Na nossa próxima edição, capa com prefeito e vereadores eleitos em São Sebastião.

A ESPERA DE UM MILAGRE

 

O avião presidencial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pousou em segurança no aeroporto da Cidade do México na noite desta terça-feira (1º) após um problema técnico verificado após a decolagem ter forçado a aeronave a dar voltas no ar por mais de 4h para poder aterrissar com o tanque de 
combustível mais leve. 
Segundo afirmou uma fonte do governo brasileiro, o problema técnico foi resolvido ainda no ar.

Dezesseis pessoas estavam a bordo do avião, entre autoridades, ministros e a tripulação.

 

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Edição 763 - 05/10/2024 - Página  09
LITERATURA, FILOSOFIA, TEATRO, CINEMA
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Alguns momentos ficam gravados para sempre na memória. O aroma do café que mergulha na xícara,
numa manhã preguiçosa de domingo; o rápido roçar de mão amiga no nosso rosto; a mirada de um cachorro pidão em petição de carinho. Talvez fiquem gravados por um único motivo: estávamos presentes no presente maravilhoso que é o momento presente.
Quase nunca vivemos: somos vividos. É o boleto que venceu ontem, a preocupante reunião de amanhã, aquele projeto sonhado que, há anos, nem chegou a ser semeado.
Assim, perdidos e desesperados, não percebemos, não recebemos, não gozamos esse presente sempre
presente: a Vida.

 

Publicado na edição 472

 01/11/2017

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MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS

As mensagens de "Memórias Póstumas de Brás Cubas" são atemporais e revelam a habilidade de Machado de Assis em questionar as estruturas da sociedade e da vida humana. Com seu tom irônico e pessimista, o romance provoca reflexões profundas sobre a hipocrisia, o egoísmo, e o vazio da existência, elementos que continuam ressoando fortemente na sociedade contemporânea.

Algumas das principais mensagens contidas na obra incluem:

 

1. “Crítica à sociedade e à hipocrisia social”

Brás Cubas faz uma análise irônica da sociedade do século XIX, expondo a hipocrisia das elites brasileiras. Ele critica o desejo por status, a corrupção moral, e o vazio das convenções sociais, especialmente entre os ricos e poderosos. As relações são muitas vezes baseadas em interesse e não em afeto ou moralidade genuína.

- “Exemplo”: Brás não hesita em mostrar seu próprio egoísmo, como na relação com Virgília, onde a moralidade é relegada ao segundo plano em prol do desejo e do interesse.

 

2. “Niilismo e pessimismo”

A obra carrega um tom profundamente pessimista, onde a vida é vista como um ciclo de futilidades e vaidades. Brás Cubas, ao narrar do além, reflete a visão de que a vida humana não tem um propósito maior, além da busca pelo prazer e pela vaidade, e que, no final, nada disso importa.

- “Exemplo”: A frase final do livro "Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria" sintetiza esse niilismo, uma visão amarga de que viver é sofrer e perpetuar esse sofrimento.

 

3. “Reflexão sobre a morte e a efemeridade da vida”

Por ser narrado por um defunto, a morte está presente em todo o romance, trazendo uma perspectiva única sobre a vida. Brás, já morto, vê a vida como algo efêmero e sem sentido, em que as conquistas e preocupações terrenas se tornam insignificantes após a morte.

- “Exemplo”: A "invenção do emplastro" que Brás tenta criar em vida, uma pomada que curaria todas as doenças, é um símbolo de sua vaidade e desejo por fama, algo que ele percebe ser irrelevante quando está morto.

 

4. “Individualismo e egoísmo”

O protagonista admite ser um personagem autocentrado, interessado apenas em suas próprias ambições e prazeres. Ele passa a vida manipulando pessoas ao seu redor para alcançar o que deseja, mas após a morte, percebe a futilidade de suas ações.

- “Exemplo”: Suas relações amorosas e familiares são tratadas de maneira fria e utilitária, como o caso com Marcela e Virgília, que são exploradas por Brás para satisfazer seus desejos pessoais.

 

5. “Inconsequência da existência”

Machado de Assis utiliza Brás Cubas para explorar a ideia de que as ações humanas, por mais grandiosas que possam parecer, são fundamentalmente inconsequentes. A vida de Brás, repleta de erros, traições e enganos, não leva a lugar algum, e sua morte não tem qualquer impacto no mundo.

- “Exemplo”: O modo como Brás narra sua própria vida demonstra desdém pelo valor da ação e decisão, como se o livre-arbítrio fosse inútil diante da insignificância da existência humana.

 

6. “Inversão dos valores tradicionais”

Machado subverte os padrões tradicionais da literatura ao criar um protagonista que não é moralmente admirável. Brás Cubas não é um herói, e suas "memórias" não são de grandes feitos, mas de erros, frustrações e futilidades, refletindo uma crítica à exaltação de personagens virtuosos nas narrativas tradicionais.

- “Exemplo”: O próprio formato da obra, onde o narrador é um "defunto-autor", já é uma inversão das normas literárias da época, quebrando com a ideia de narrativa linear e heróica.

 

7. “Ironia e humor”

A obra é profundamente irônica, com Brás Cubas constantemente fazendo observações sarcásticas sobre a vida, a sociedade, e até sobre si mesmo. Machado de Assis usa o humor para disfarçar suas críticas, tornando-as mais sutis e eficientes.

- “Exemplo”: Ao descrever sua própria morte, Brás a trata com leveza e ironia, como se a morte fosse apenas um detalhe insignificante na grande tapeçaria da vida.

 

8. “Falibilidade da memória”

Brás Cubas narra suas memórias de maneira fragmentada e, muitas vezes, imprecisa, refletindo a falibilidade da memória humana. Essa forma de contar sua história mostra que a verdade é sempre subjetiva, e que nossas lembranças podem ser distorcidas pelo tempo e pela percepção.

- “Exemplo”: Brás frequentemente se contradiz, o que sugere que as memórias podem ser mais uma construção pessoal do que um relato factual da realidade.

 

Oliver Harden

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EDIÇÃO 763